segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Noite



Noite, minha eterna confidente
Envolve-me na tua escuridão
Ofusca a minha alma doente
Liberta-me desta terrível solidão.

Liberta-me desta dor interminável
Desta sede de justiça insaciável
Deste sonho que tanto me atormenta
Deste corpo imundo que já não sente.

Partilhamos o mesmo destino;
Desejamos a luz que um Sol nos tirou,
Procuramos a alegria que alguém nos roubou.

Por fim, encontramos a morte que nos libertou
Do terrível silêncio assustador
Que durante tanto tempo nos aprisionou.

Girassol, 2003


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