domingo, 20 de setembro de 2009

A culpa é do futebol

Alguns filósofos portugueses dos finais do século XIX e principios do século XX defendiam que o atraso do nosso país se devia ao facto deste ser um país extremamente religioso, ao contrário dos países da Europa do Norte. Não lhes tiro a razão, muito pelo contrário, no entanto, acredito que hoje em dia o futebol também tem a sua culpa. E porque cheguei a esta conclusão?
Ontem deparei-me com uma discussão entre portistas e benfiquistas. E eles discutiam e cada um dos "grupos" defendia a sua posição como se esta fosse uma causa nobre, como se o destino do país estivesse nas mãos (neste caso nos pés) dos jogadores. Por acaso eram portistas e benfiquistas, mas também poderiam ser sportinguistas, bracarenses, vimarenenses, olhanenses,etc. que a discussão seria certamente parecida. Ora, eu nunca vi portugueses a discutirem sobre "o estado do país", ou sobre o nosso sistema de saúde, ou sobre os fracos salários, ou sobre os recibos verdes, ou sobre o novo código do trabalho, ou sobre inúmeras coisas como falam de futebol. Isto porquê?
Porque o futebol é a ALMA da nação!!! O futebol é o orgulho português! É o futebol que dá instrução aos jovens e crianças, é o futebol que nos põe a comida na mesa, que nos paga os médicos, a roupa, tudo!!!
Por isso para quê esforçar-mo-nos em exigir aos políticos melhores condições de vida? Para quê? Afinal nós temos o FUTEBOL e até temos o Cristiano Ronaldo, portanto não precisamos de mais nada!

Ah! No próximo Domingo serão as eleições para a assembleia da república, se eu mandasse proíbia os jogos de futebol nesse dia, pois podemos correr o risco de ter, mais uma vez, um elevado número de abstenções.



Beijinhos!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Amanhã


Amanhã será outro dia. Amanhã tudo irá acontecer; os políticos deixarão de ser corruptos, não haverá fome no mundo, não haverás pobreza, guerras, conflitos, ódios... todos terão acesso à Saúde e Educação. Todos conseguirão realizar os seus sonhos. A injustiça acabará, a cobiça também! Amanhã será outro dia. Amanhã a natureza já não chora, porque o Homem respeitá-la-à. Animais abandonados, florestas queimadas; amanhã não saberemos o que isso é. Os povos de todo o mundo estarão unidos como irmãos. Amanhã seremos todos livres... mas só amanhã.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Hoje não....



Hoje não quero escrever, como diz a sabedoria popular "uma imagem vale por mil palavras".



quarta-feira, 16 de setembro de 2009


Como uma Borboleta

Que inveja tenho das borboletas! São livres, deixam-se levar pelo vento. Também queria voar, voar, voar... até onde ninguém me pudesse alcançar. E por fim deixaria-me adormecer pousada num girassol...

Há dias assim; dias que desejamos que acabem mais depressa do que o voo de uma borboleta.


Subitamente apareceste.

Quando esperava pelos raios do sol,

Quando uma tumultuosa escuridão

Invadia o meu taciturno coração.


Apareceste

Quando procurava a luz da lua,

Quando caí no áspero chão,

Quando em meu redor imperava a solidão.


Apareceste

Sem cavalo branco,

Sem espada,

Sem nevoeiro.

E com um sorriso verdadeiro

Pintaste a lua no céu escuro,

Pelejaste com as nuvens que prendiam o sol,

E eu nunca mais me perdi na escuridão.


A Ti.

Ass. Girassol


terça-feira, 15 de setembro de 2009

Romance tipicamente moçambicano


Um pénis decepado no meio de uma rua, uma prostituta honesta, políticos corruptos e capacetes azuis que explodem misteriosamente, foram alguns dos ingredientes utilizados por Mia Couto para escrever este romance tipicamente africano.
Esta obra desenrola-se depois da guerra civilmoçambicana, na fictícia cidade de Tizangara, onde Massimo Risi, representante da ONU, vai tentar desvendar o misterioso desaparecimento de alguns capacetes azuis naquela região. Durante a sua investigação este ocidental depara-se com alguns episódio hilariantes, assim como dificuldades em se adaptar àquela sociedade. E é deste modo que Mia Couto compara o mundo racionalista ocidental com o mundo empírico das sociedades africanas,
Mia Couto expõe as várias culturas e crenças do homem moçambicano, temperando-as com uma certa dose de comédia. Faz uma crítica compreensiva das origens, dos costumes e das histórias de um país que tenta sobreviver às cicatrizes de séculos de colonialismo europeu, anos de guerras civis e conflitos internos. É em pequenos aspectos que o autor expressa um sentimento de revolta e indignação através de um discurso contra o poder instaurado. Por isso mesmo, O Último Voo do Flamingo é uma das obras mais intervenientes a nível da crítica social, fazendo ainda uma alusão ao terrível fenómeno das minas, a um governo corrupto que aprisiona o seu povo numa ditadura camuflada por um sistema supostamente democrático e uma sociedade que vive entre o progresso e o misticismo.

Fica aqui a minha sugestão.